quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A nova rota do café



















Crescimento da demanda pela iguaria gera abertura de estabelecimentos especializados que se multiplicam na capital


Por Alexandre Felice, Ana Carolina Adário e Mirella Fonzar para o Jornal Diretriz (Mackenzie).

Mais do que um hábito, tomar café virou um programa para o brasileiro, principalmente em São Paulo. Tradição presente há mais de três séculos, o café é uma das principais commodities que marcaram e construíram a história deste país – seja pelo apogeu vivido durante o ciclo do final do século XIX e início do século XX ou com a retomada de sua expansão nos dias de hoje.


As áreas cafeeiras estão concentradas no centro-sul do país, onde se destacam quatro estados produtores: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Paraná. A região Nordeste também tem plantações na Bahia, e da região Norte pode-se destacar Rondônia.

Sabe aquela velha história de que o café bem produzido no Brasil é exportado e só o pior fica no país? “Isso vem mudando”, afirma Viviane Martins coordenadora da loja Cafeera, do Itaim Bibi.

O café servido nas cafeterias brasileiras tem a mesma qualidade do exportado, se não for melhor. “Para o café ser chamado de especial, a fazenda precisa de ter uma série de cuidados, desde a escolha das melhores sementes, as melhores práticas agrícolas, a colheita dos melhores frutos e os mais eficientes métodos de beneficiamento.” Ressalta Viviane Martins. A diferença hoje está em buscar a excelência durante todo o processo, desde a plantação da semente até a xícara.


De acordo com Associação Brasileira das Indústrias do Café (ABIC), no ano de 2007, constatou-se um crescimento de mais de 4,5% no consumo interno da bebida. Valor que aponta a liderança do Brasil no ranking dos países que mais consomem a bebida, só perde para o consumo de água mineral. Também é apontado como o maior produtor, detendo 30% do mercado mundial.

Para explicar tal demanda do consumo, a economista Maria Cecília Leite, justifica que “mais que um produto comercial, o grão é visto também como um agente interativo nos encontros do dia-a-dia das pessoas. Ele é a intersecção do prazer no paladar com o fato de ser um motivo de passeio e entretenimento, para que as pessoas possam se divertir”.

Cafeterias de diversos estilos podem ser encontradas aos montes na cidade. Pontos de encontro no final da tarde, pela manhã e até no meio da madrugada, elas continuam a se multiplicar. Quanto mais se proliferam, mais apostam na diferenciação.

Foi pensando nessa diferenciação que o Octavio Café foi inaugurado no final de 2007, em São Paulo, e já é considerado um dos pontos de referência para se degustar cafés especiais. Decorado pelo designer Marcello Dantas, diretor artístico do Museu da Língua Portuguesa, o local proporciona uma experiência visual única, integrada aos aromas do produto.

“Sou de Campinas e adoro vir à São Paulo para descobrir cafeterias inusitadas pela cidade" afirma Sérgio Freitas Bittencourt, apreciador de café e Sócio-Diretor da Autos e Cotas – Consórcios. Além do sabor, o café é também um estimulante e, com a correria do dia-a-dia, o paulistano precisa ter pique. “Aqui na Cafeera, observo que muitos clientes vêm para reuniões de negócios”, lembra Viviane Martins.

A rede Fran’s Café é um dos nomes mais requisitados da categoria, com cerca de 70 lojas espalhadas pela capital paulista, virou referência entre os andarilhos noturnos. O produtor de TV Eduardo Aciolly, freqüentador assíduo do Fran’s, mas que nunca foi muito fã de café, hoje não toma menos do que três cappuccinos na semana, e vai quase que diariamente à mesma loja. “Você tanto pode relaxar sozinho, estudar, levar seu laptop para trabalhar ou encontrar os amigos”. Para ele, o café ganhou até mais visibilidade depois da adesão massiva a ambientes como este, sobretudo depois da chegada da Starbucks aqui no Brasil, famosa cafeteria americana pano de fundo de inúmeras cenas de hollywoodianas. “Caramel Machiatto no Starbucks é o eleito” confessa a arquiteta Livia Moraes, que se considera uma viciada em Café.

Grãos selecionados, nacionais ou importados, quentinho e puro, com leite ou em forma de Milk Shake, não importa como, definitivamente o café une as pessoas. Seja na padaria do bairro, o famoso pingado, ou numa grande rede, como a recem chegada multinacional. “Apesar de muita gente ir na Starbucks por ser uma grife de café, quem realmente gosta, sabe o quanto os grãos usados são especiais, e o processo bem feito.” Justifica a arquiteta. “Além de tudo a ambientação da maioria das lojas é ótima para sentar com amigos e tomar aquele cafezinho”.

DIFERENTES MANEIRAS DE BEBER UM DELICIOSO CAFEZINHO:


• Suíça: adiciona-se ao café um licor, o "kirsch".
• França: o produto, na maioria das vezes, é bebido juntamente com chicória.
• Cuba: o café é bebido bastante forte e doce, e em um só gole.
• África e Oriente Médio: é comum acentuar o sabor do café com algumas especiarias, tais como canela e cardomomo, alho ou gengibre.
• Áustria: pode-se beber o produto juntamente com figos secos.
• Alemanha: é servido com leite condensado ou chantilly.
• Itália: o café expresso preto é servido em xícaras pequenas, acompanhadas de tiras de limão.
• Grécia: o café é acompanhado por um copo de água gelada.


2 comentários:

Anônimo disse...

Para exemplificar a força e o potencial do café especial produzido no Brasil é bom lembrar que o recorde mundial é nosso, ou seja, dos brasileiros - Fazenda Santa Inês 2005 / Sul de Minas - Carmo de Minas. É só acessar e conferir. http://www.cupofexcellence.org/CountryPrograms/Brazil/2005Program/WinningFarms/tabid/209/Default.aspx

Anônimo disse...

Lembrando que os melhores cafés do Brasil estão hoje a disposição dos brasileiros. A Unique Cafés Especiais, em Carmo de Minas, é uma torrefação com uma proposta educativa e com um único foco em café especial. Agende uma visita e venha conhecer o nosso trabalho.