sábado, 8 de novembro de 2008

A nova forma de fazer jornalismo

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo realizou neste sábado a palestra “O Movimento de Mídia Livre”, tendo como participante o jornalista Renato Rovai, editor da revista Fórum e diretor editorial da Publisher Brasil.


O jornalista contou alguns fatos e histórias de sua vivência no jornalismo. A maneira como eram recebidas as notícias antigamente, onde se tinham duas visões de mundo, uma passada pelas agências de notícias ocidentais, e outra comunista, da agência de notícia soviética Tass, que muitos jornalistas na época acreditavam ser a única agência a passar os fatos de forma verdadeira.
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No entanto, com o fim da URSS, o mundo passou a ter apenas uma visão ocidentalizada dos acontecimentos. Nesse contexto, surgem novos meios de comunicação que ajudam de certa forma democratizar a informação.
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Os novos meios de comunicação podem influenciar e muito na passagem de alguma notícia. Rovai utilizou como exemplo como os torpedos Sms foram decisivos na eleição de Zapatero, na Espanha.
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No atentado terrorista de 11 de março de 2004, em Madrid, o atual presidente veio a público e tentou enganar a opinião pública espanhola, dizendo ser o grupo terrorista ETA os autores do massacre. A verdade, veio a público e culminou com a derrota do governo nas eleições gerais, alguns dias depois.
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E esta derrota não foi algo simples, pois esta tentativa de engano, tornou-se pública, graças a passagem de torpedos de pessoa em pessoa. Uma estimativa aponta mais de 1 milhão de torpedos trocados na Espanha em dois dias sobre o assunto.
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O jornalista trata também das rádios comunitárias, que estão em um movimento crescente na América Latina. Mas o que ele trata com maior ênfase é o universo da Internet.
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Qualquer pessoa pode ter um blog, e com ele as pessoas podem virar formadoras de opinião. Fotografo todo mundo pode ser e divulgar com facilidade as suas produções. Então ele discute como se constrói o jornalista neste novo mundo dos meios de comunicação.
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Mostra que a formação dos jornalistas nas universidades está voltada mais para eles trabalharem na grande imprensa, ou para caminharem para o lado da assessoria, deixando de lado este “novo mercado de comunicação”. O jornalista passa a ter diversas outras formas de trabalho.
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Outro tema que ele aborda é o da credibilidade do jornalista, onde utiliza como exemplo o golpe de Estado que aconteceu na Venezuela, chamado por Rovai de “Golpe midiático”.
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Os meios de comunicação passavam a imagem de que tudo estava lindo e maravilhoso no país, enquanto uma revolução se instalava. As rádios comunitárias foram todas fechadas. Mas, no meio da confusão surgiu um site, onde as pessoas passaram a enviar conteúdo. Depois de alguns dias de sonegação de informação, os meios de comunicação passaram a ficaram constrangidos com a situação, e se viram na obrigação de ter que passar realmente o que estava ocorrendo.
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A palestra seguiu com perguntas e debates de diversos assuntos propostos pelo público.

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